O que você acha das fontes Didonas? Por Didona, eles são entendidos por fontes de alto contraste, ou seja, possuem partes muito finas e outras muito grossas.Porém, são um daqueles poucos estilos tipográficos que o mundo fez que está relacionado a conceitos como elegância, moda e outros.

Pessoalmente, sempre os achei chatos haha. Os ductus que existem na maioria dos modelos correspondentes às Didonas, ou seja, os mais clássicos, a meu ver carecem de qualquer sentido estético e orgânico, ou seja, como já disse, enfadonhos. O trabalho totalmente algébrico e anti-escriba neste tipo de projetos nunca me atraiu, pelo que comecei a estudar as proporções de muitas fontes venezianas, ou seja, fontes que tentam imitar maioritariamente a escrita caligráfica, na qual, o livro “Designing Type Revivals” de Ricardo Olocco e Michele Patanè foi uma grande ajuda pedagógica e visual.

FJ Meduza Collection™ nasceu da proposta de um logo que tive que desenhar, portanto, sistematizei algumas letras até ter um conjunto mais contundente. Além disso, costumo tentar me desafiar através de projetos tipográficos que me tirem da minha zona de conforto ou que nunca fiz.

Assim, ocorreu-me desenhar outra versão, —sob a mesma tipografia ductus—, para textos e tamanhos bem menores, por exemplo, jornais. FJ Meduza Collection™ é um sistema tipográfico, ou seja, possui variantes tanto para títulos quanto para textos, proporcionando versatilidade e estética na hora de selecionar uma tipografia clássica, sem ser a mesma.

Então esse projeto tentou desenhar, por assim dizer, uma outra versão do Bodoni? Pode ser sim, prefiro fazer uma pergunta sobre; Por que “Helvetica” ainda é usado e por que existem Type Founders em todo o mundo que continuam a projetar suas próprias versões de “Helvetica”, Bodoni ou Slab Serif? Duvido que seja porque é muito bom, sabemos que é famoso porque foi usado dentro do International Design Style, mas por que fontes ainda são produzidas sob esses grandes clássicos ou cânones? É aqui que começa a discussão.